Numa
época em que os eleitos tomam os eleitores como números, desconsiderando as
suas legitimas expectativas e necessidades de cidadãos, entendemos ser
fundamental quebrar com esta lógica e, por isso, realizamos o diagnóstico dos
problemas sociais do nosso concelho e apresentamos as soluções que, em nossa
opinião, melhor defendem a justiça social que almejamos. Neste contexto,
concluímos ser preponderante que a Autarquia seja motor de relações de parceria
interinstitucional com a Segurança Social, o IEFP e as instituições
particulares de solidariedade social, com objectivos claros, definidos e
comuns, para as seguintes problemáticas:
POBREZA:
O
concelho tem vindo a assistir a uma crescente degradação das condições de vida
da população que, em casos cada vez mais frequentes de pobreza absoluta, não
possui recursos económicos para adquirir bens de primeira necessidade. É, pois,
decisivo recusar liminarmente politicas meramente assistencialistas,
reprodutoras de exclusão, e assegurar a sobrevivência das famílias mais
carenciadas, com dignidade. Propomos, para esse fim, a afectação de uma
percentagem da receita de IMI para a criação de um fundo de solidariedade de
emergência social que, em rede com as demais estruturas sociais, intervenha na
satisfação de necessidades elementares da população, sempre com monitorização e
fiscalização rigorosas.
DESEMPREGO:
O
concelho vem sendo flagelado com taxas de desemprego sempre superiores à média
nacional, o que é grave e nos preocupa. Consideramos que o trabalho não é
apenas um meio de obtenção de aquisição de rendimentos, mas, também, um meio de
construir um estatuto e identidade sociais. Frequentemente, à desagregação dos
laços profissionais sucede-se a ruptura dos vínculos sociais, em particular no
que se refere à sociabilidade e relacionamento comunitário. Destarte, é
premente valorizar os nossos concidãos e contribuir para que estes se sintam
valorizados como parte do processo de desenvolvimento Para tanto, propugnamos a criação de uma estrutura
orgânica, na dependência do departamento de acção social da Câmara Municipal,
que, em parceria com o centro de emprego e os centros de formação profissional,
actue em prol do emprego. Por um lado, implementando políticas locais e medidas
ativas de emprego e de apoio ao empreendedorismo e à criação de empresas. Por
outro lado, articulando formação profissional prática, em contexto de trabalho,
que aperfeiçoe o saber e o saber-fazer e que seja desafiante, motivadora e que
crie afeição ao trabalho, quer na área da construção do mobiliário, quer no
âmbito de outros saberes diversificados.
ABANDONO
ESCOLAR e BAIXAS QUALIFICAÇÕES ESCOLARES E PROFISSIONAIS:
Da
nossa análise das questões do desemprego e precariedade laboral, resulta a
existência de uma relação óbvia entre a formação escolar e inserção no sistema
de emprego: Quanto menor a instrução escolar e qualificação profissional, maior
o risco de desemprego, sobretudo de longa duração. Em Paços de Ferreira, é mister quebrar
com a exclusão como fenómeno hereditário e abrir aos jovens das famílias mais
desfavorecidas uma via de acesso aos lugares profissionais socialmente
valorizados. Neste sentido, propomos a criação de um projeto concelhio
(replicando uma experiência desenvolvida pelo ISSSP, com reconhecidos
resultados), para intervenção e acompanhamento social e educativo dos segmentos
mais desfavorecidos da população. Esta acção será executada pelos
serviços de acção social do município, a quem incumbirá a articulação entre: o
apoio educativo na escola e o contexto social e familiar; o desporto escolar e
a prática desportiva nas diversas modalidades dos clubes concelhios; e o ensino
das artes e a sua prática nas associações culturais. Deste modo, reduzindo os
factores de risco na vivência dos jovens mais vulneráveis e desenvolvendo as suas
competências sociais, promoveremos a sua integração e qualificação pela
educação, pelo desporto e pela cultura.
A
INACTIVIDADE E O RETRAIMENTO RELACIONAL NA VELHICE:
Propomos
a criação de uma rede de voluntários de proximidade aos idosos do concelho e, ainda,
uma plataforma de animação sócio - cultural que agregue, sob uma organização
unificada, os vários dispositivos destinados à população sénior, permitindo
desenvolver atividades com poupança de recursos e promover uma trajectória de
vida activa e gratificante.
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