Para
melhor explicar a intervenção que propomos neste domínio é mister esclarecer
que as duas empresas municipais de Paços de Ferreira desenvolvem
atividades que são da responsabilidade da autarquia.
Como é do conhecimento
geral, a Gespaços administra o parque urbano e os equipamentos desportivos e
museus do município, ao passo que à PFR Invest incumbe, resumidamente, a gestão
das "cidades" empresarial e tecnológica e a execução de projetos de
incentivo ao investimento e de captação de investimento privado.
Estas
atividades poderiam ser desenvolvidas pelo próprio município mas o executivo
social-democrata optou por constituir duas empresas municipais para esse
efeito.
Estas
empresas constituem um modelo de gestão empresarial de atribuições originárias
do município, que permitem "desorçamentar" dívida e substituir as
estritas regras de contratação pública pela flexibilidade do direito privado,
especialmente na admissão de pessoal.
Posto
isto, que fazer?
MANTER?
FUNDIR? EXTINGUIR?
Para
responder à sobredita questão, importa frisar duas ideias:
Por um
lado, não questionamos a essencialidade da prossecução das sobreditas
atividades. Correspondem a necessidades da população, a que importa dar resposta.
Mas, por outro lado,
defendemos, por princípio, que as atribuições da autarquia devem ser
desenvolvidas pelo próprio município ou, em alternativa, por serviços
municipalizados, sempre com o controlo democrático da Assembleia Municipal.
De acordo
com estes princípios e debruçando-nos sobre o panorama actual dos serviços,
opomo-nos à criação de novas empresas municipais, mas entendemos que extinguir
as já constituídas é promover a precariedade da mobilidade geral ou o
desemprego e avolumar a dívida pública, com o pagamento de compensações ou
indemnizações, efeito socialmente danoso em qualquer circunstância e,
sobretudo, desaconselhável numa conjuntura de debilidade financeira da
autarquia.
FUSÃO DE
GESPAÇOS E PFR INVEST E GESPAÇOS NUMA SÓ EMPRESA MUNICIPAL
Entendemos
que a solução que melhor serve os munícipes é o cumprimento das atividades
desenvolvidas por ambas as empresas mediante a sua fusão numa só empresa
municipal, gerida apenas por um administrador e dois vogais, cada um destes com
a tutela do objecto desenvolvido, respectivamente, por Gespaços e PFR Invest.
A acção proposta permitirá
reestruturar o sector, cortar na despesa, sobretudo nos cargos de
administração, e tornar mais eficiente o
serviço prestado à população.
Esta decisão deverá ser
associada à imposição de regras de efectiva
sindicância da actividade da nova empresa pelo executivo e pela Assembleia
Municipal, definindo anualmente orientações estratégicas e controlo financeiro
que vinculem os seus gestores.
REGRAS DE TRANSPARÊNCIA
Defendemos,
ainda, ser essencial exigir à empresa municipal o estrito cumprimento das
regras de transparência impostas pelo Regime Jurídico da Actividade Empresarial
Local.
De acordo
com o artigo 43º do citado regime jurídico, as empresas municipais estão
obrigadas a manter, no seu sítio da internet, a informação, permanentemente
actualizada, do contrato de sociedade e estatutos, da estrutura do capital
social, a identidade dos membros dos órgãos sociais e respectiva nota
curricular, os montantes auferidos pelos membros remunerados dos órgãos
sociais, o número de trabalhadores (desagregado segundo a modalidade de
vinculação), os planos de investimento e orçamento anuais, os documentos de
prestação anual de contas, o plano da prevenção da corrupção e dos riscos de
gestão e o parecer do fiscal único.
Ora, a
Gespaços e a PFR Invest estão a desobedecer a estas regras. A PFR Invest não
cumpre na informação do número de trabalhadores (discriminado segundo a
modalidade de vinculação) mas a Gespaços incumpre em quase todas as imposições
legais, publicitando apenas o contrato de sociedade e estatutos, omitindo,
inclusivamente, a informação financeira de 2012.
Estas
regras não são meras questões de forma, mas, outrossim, imperativos
democráticos de transparência, que visam sanar o actual descrédito no
relacionamento entre os cidadãos e o poder local, que a CDU pretende
restabelecer com trabalho, honestidade e competência.
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