O direito de voto é uma conquista sobre a exclusão étnica, de género e
de classes, cujo preço estará para sempre inscrito na nossa memória colectiva.
Honrar aquela memória e os homens e mulheres que dedicaram as suas
vidas em prol do livre e universal direito de voto é um imperativo de cidadania
que não exige menos do que o exercício cívico desse direito.
Por este motivo, hoje, votar é mais que um direito individual. É um
dever colectivo de participar na vida democrática do nosso País,
votando naqueles que a consciência individual julgar serem os mais aptos para
servir o povo nos respectivos municípios e freguesias.
Por estas ponderosas razões, defender o
voto estratégico ou "útil" em candidatos de que se não gosta, para
derrotar outros de que se gosta menos, como nesta campanha alguns
sustentam, é um fútil desrespeito à nossa história e à memória dos que lutaram
por uma sociedade livre e democrática.
Um voto no escuro,
contra um adversário, além de desrespeitar a democracia, será sempre um voto
fútil.
Convém, por isso,
recordar que, de voto (f)útil em voto (f)útil é que chegámos onde estamos hoje.
Se mais exemplos não
existissem na memória colectiva mundial, nacional e local, bastaria lembrar
que, em Paços de Ferreira, a inexistência de eleitos da CDU na Câmara Municipal
e na Assembleia Municipal permitiu que PSD, PS e CDS/PP privatizassem os
serviços de abastecimento de água e de saneamento básico, sem contestação pública
e em prejuízo da população.
As eleições não são um jogo, são um acto de
cidadania e de escolha democrática dos nossos representantes. Por isso, voto
útil é aquele que estuda os objectivos de intervenção e as acções propostas pelas
diversas candidaturas em confronto e escolhe
ser representado por aquela que melhor defende os seus direitos, interesses e
anseios.
Posto isto, importa frisar que esta eleição surge num contexto
específico que lhe atribui acrescido relevo.
Esta é uma conjuntura de endividamento público do país, por desgoverno
de três partidos políticos, PS, PSD e CDS/PP, e de deliberado empobrecimento da
população, a coberto do "memorando" que aqueles partidos subservientemente
subscreveram com o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e
Comissão Europeia.
No que ao poder local diz respeito, a vassalagem de PS, PSD e CDS/PP à
troika estrangeira, além do estrangulamento financeiro das autarquias, determinou
a liquidação de centenas de freguesias, e, em Paços de Ferreira, deu causa à
extinção das freguesias de Modelos, Arreigada, Lamoso e Codessos, afastando a
população da participação na vida local.
A CDU é uma importante alternativa à ideologia política vigente, pois
alicerça-se na convicção de que o bem público e o compromisso social do Estado
não podem ser alienados para sustentar interesses particulares e financeiros.
Não acreditamos na austeridade, mas sim na gestão adequada e justa do
bem público.
A CDU tem um trabalho nas autarquias de reconhecido valor. Estamos
mobilizados para trabalhar para o interesse público, tendo em conta critérios
rigorosos de gestão e valorização da coisa pública, com igualdade e justiça
social.
Em Paços de Ferreira, apresentamos um plano de desenvolvimento para o
concelho estruturado em torno de objectivos e acções concretas de intervenção, que
contribuem para a construção de um concelho mais solidário, justo e coeso.
Este plano de
desenvolvimento pretende inverter a tendência de
descrédito dos cidadãos nos partidos e nos políticos que os governam,
resultante da sistemática e demagógica quebra das promessas eleitorais,
apresentando-se descomprometido com objectivos meramente eleitoralistas.
É isto que nos diferencia daqueles cujo único fim é o de saciar a
ambição de poder, abraçando todos os
meios que lhes garantam o maior número possível de votos.
Destarte, é importante que no sufrágio do próximo
Domingo os cidadãos de Paços de Ferreira saibam fazer tal diferenciação,
confiando na eleição de candidatos da CDU à Câmara Municipal, Assembleia
Municipal e Assembleias de Freguesia, contribuindo para o emergir de uma
alternativa coerente e determinada nos órgãos autárquicos.